Autor: Manuel
Andrade
Aquela cruz de
pau-santo,
Onde um Cristo de
marfim
Se contorce em
agonia,
Faz-me lembrar
tanto, tanto,
Outra cruz que trago
em mim,
Outra cruz pesada e
fria.
De mil rosas
coloridas
Era o caminho
sonhado
Que o teu olhar me
mostrou;
Fizeram-se as rosas
feridas,
E o caminho desolado
Num calvário se
tornou.
O vento levou-me
tudo
E a sua suave brisa
Tornou-se em
dolorido pranto;
Consola-me, quedo e
mudo,
Esse Cristo que
agoniza
Na sua cruz de
pau-santo.