Autor: Manuel
Andrade
Há horas, há tantas
horas
Nas horas que a vida
tem,
E às vezes, em
poucas horas
Vivem-se vidas
também.
Nas horas que te
esperei
Eu contei horas sem
fim,
Tantas horas, que
nem sei
Se ainda há horas
p'ra mim.
O tempo marca os
seus passos
Nas horas que nós
contamos
E nós deixamos os
traços
Dos passos que nelas
damos.
A vida tem horas
certas,
São portas que nós
fechamos
Não ficam portas
abertas
P'rás horas que
atrás deixamos.
Se as portas, em
tantas horas,
Ficaram todas
fechadas,
Às vezes, em poucas
horas
Ganham-se as horas
passadas.