Autor: Manuel
Andrade
A minha sina é
cantar
O fado pelas vielas
E ver abrir as
janelas
À noite de par em
par
Ser fadista é o meu
fado,
Vaguear de porta em
porta,
Dedilhar a horas
mortas
A guitarra em tom
magoado
Há quem diga com
desdém
Que é tolice, que é
loucura,
Andar assim à
procura
Do valor que o fado
tem…
Mas que posso mais
fazer?
Tenho o destino
marcado,
Ser fadista é o meu
fado,
E fadista hei-de
morrer.
Às vezes penso em
mudar,
Em viver doutra
maneira
Ao calor duma
lareira
Ou no sossego do
lar…
Não consigo, não
atino,
Logo que oiço uma
guitarra
Volto p'rá vida de
farra,
Pois é este o meu
destino.
Com a guitarra a meu
lado
A trinar em tom
plangente,
Vivo assim, vivo
contente,
Ser fadista é o meu
fado.