Autor: Manuel
Andrade
Sou fadista, porque
o fado
Me traz na vida
arrastado
Preso a um cruel
destino.
Sou fadista, porque
a sorte
Me faz caminhar sem
norte
Num correr ao
desatino.
Andam pairando nos
céus
Gritos loucos, que
são meus,
São fados que
espalho ao vento;
São ecos chorando em
mim,
Histórias de noites
sem fim,
Voz rouca do meu
tormento.
Ser fadista é ser
assim;
Colher rosas dum
jardim
P'las próprias
mágoas regado.
Retratar a própria
vida,
Naquela canção
dorida,
A que o mundo chamou
fado.