14/05/2014

Digam

Autor: Manuel Andrade

Se hoje alguém me procurar
Digam que não pode entrar,
Que não estou para ninguém.
Fechem-me a minha janela,
E mesmo que seja ela,
Digam que não estou, também.

Digam que a não quero ver,
Que não me faça sofrer,
Digam que se vá embora.
Digam que há muito morri,
Mesmo, que nunca existi,
Digam que aqui ninguém mora.

Façam o que lhes lembrar,
Digam que não pode entrar,
Que não estou para ninguém;
Que a porta ficou trancada
Ou então… não digam nada,
Porque eu sei que ela não vem.