Autor: Manuel
Andrade
Se hoje alguém me
procurar
Digam que não pode
entrar,
Que não estou para
ninguém.
Fechem-me a minha
janela,
E mesmo que seja
ela,
Digam que não estou,
também.
Digam que a não
quero ver,
Que não me faça
sofrer,
Digam que se vá
embora.
Digam que há muito
morri,
Mesmo, que nunca
existi,
Digam que aqui
ninguém mora.
Façam o que lhes
lembrar,
Digam que não pode
entrar,
Que não estou para
ninguém;
Que a porta ficou
trancada
Ou então… não digam
nada,
Porque eu sei que
ela não vem.