Autor: Manuel
Andrade
Ó guitarra
carpideira
Doce e triste
companheira
Voz dolente do meu
fado
Cordas tensas a
vibrar
Como é lindo o teu
chorar
Nesse tom terno e
magoado
És como as rosas de
Outono
Folhas murchas e sem
dono
Que o vento leva em
carreira
Como o riso das
crianças
Relicário de
lembranças
Ó guitarra
carpideira
A um canto da
taberna
À luz fosca da
lanterna
Vais carpindo o teu
penar
Esta voz rouca e
cansada
É perdida e abafada
No confuzo vozear
E à noite, ruas
desertas
Procuras portas
abertas
Com teu sussurro
amoroso
É tal qual assim
guitarra
Quando a sorte se
desgarra
Nesse fado desditoso