15/05/2014

Palmatória de Prata

Autor: Manuel Andrade

Junto à cama, pobre dela
Tapada a chita barata,
Tremula sempre uma vela
Na palmatória de prata

A palmatória guardada
Em testemunho de amor,
É ricamente lavrada
Com requinte e a primor

Certo conde, seu amante,
Um dia lha ofereceu
E depois, partiu distante,
E nessa noite morreu

Essa mulher, pobre dela,
Que de saudades padece,
Acende sempre uma vela
De cada vez que anoitece

Por isso, no quarto dela,
Entre a mobília barata
Tremula sempre uma vela
Na palmatória de prata